Cadeia de valor digital aproxima clientes

A transformação digital das cadeias de valor é cada vez mais uma condição de base para o sucesso das empresas. É uma nova revolução industrial que ultrapassa as fronteiras do processo produtivo”, acredita Paulo Rodrigues, chief financial officer (CFO) do grupo Polisport, que detém um conjunto de empresas especializadas em acessórios para bicicletas e motos off-road, com sede em Oliveira de Azeméis.


Para aquele responsável, as alterações do modelo de negócio e da cultura organizacional que estão subjacentes àquela transformação resultam da autêntica revolução na cadeia de valor, tanto horizontal como vertical. Na Polisport essa transformação na cadeia de distribuição permitiu “encurtar a distância dos nossos produtos até ao consumidor final”. No entanto, este foi apenas o resultado mais visível a nível externo, uma vez que a mudança, que surgiu de dentro, tocou a organização como um todo.
“Registámos ganhos de produtividade em todos os processos, tanto na área operacional como de suporte, que originaram uma clara redução de custos, um aumento dos proveitos associado à melhoria dos padrões de qualidade e à mais-valia dos produtos e serviços oferecidos aos nossos clientes, assim como o aumento da satisfação de fornecedores, clientes, parceiros e colaboradores”, revela Paulo Rodrigues.

Uma mudança gradual
O processo de transformação digital da Polisport teve início há quase uma década, período durante o qual, além da introdução de nova tecnologia, foi necessário operar também alterações estruturais. “O que mais me apraz é a mudança da cultura organizacional e dos processos de negócio”, afirma o CFO. Actualmente, acrescenta, “as nossas pessoas sentem-se bastante mais confiantes e motivadas e são cada vez mais autónomas”. Do processo de transformação, o responsável destaca ainda como grandes mais-valias a descentralização das tomadas de decisão e o fluir de informação entre processos, que hoje acontece com naturalidade e sem barreiras.


A migração dos servidores internos para a cloud foi um dos primeiros passos da Polisport em direcção à transformação digital da sua cadeia de valor. A par com esta alteração, a empresa realizou um conjunto de outros investimentos de peso, nomeadamente, em novos equipamentos produtivos, sensores e software. Posteriormente, como conta Paulo Rodrigues, “iniciámos a construção de um data warehouse [armazém de dados] com informação recolhida de todo o nosso ecossistema”. Estes projectos permitiram ao grupo criar células autónomas de produção, que conduziram a uma melhoria dos níveis de qualidade, à automatização de operações manuais, e ao reconhecimento de ganhos de produtividade associados à diminuição dos tempos de set-up e produção. “A automatização das tarefas manuais, tanto na área produtiva como na área administrativa, permitiu direccionar as nossas pessoas para a análise dos dados, uma função que rapidamente assumiu um papel crucial de suporte a todos os processos de negócio, em especial no que respeita à tomada de decisão, cada vez mais ágil e acertada”, salienta o CFO.


Já a olhar para o ecossistema exterior, a Polisport muniu-se de informação recolhida das redes sociais e através de parceiros, fornecedores e clientes, “o que permitiu melhorar a fiabilidade das nossas previsões, reduzir stocks, melhorar o desempenho dos nossos fornecedores, o nosso nível de serviço e antecipar com mais rigor as expectativas dos nossos clientes”.


Paulo Rodrigues acredita que “a informação é, sem dúvida, o elemento chave desta revolução”. O responsável pela área financeira recorda que foram implementados inúmeros projectos de recolha, análise, tratamento e comunicação de informação vital para todos os membros da cadeia de valor, quer vertical quer horizontal, com vista a criar soluções digitais que dessem resposta, em tempo real, a todas as necessidades de cada um destes players. “Criámos portais de comunicação com clientes, fornecedores, colaboradores e demais parceiros”, diz o responsável da Polisport. Soluções feitas à medida, algumas completamente automáticas, sem intervenção humana, e outras soluções móveis conectáveis em qualquer dispositivo e em qualquer altura. “Tudo isto permitiu a redução do tempo administrativo, a eliminação de erros e a focalização das nossas pessoas na relação com os clientes e fornecedores”, acrescenta.


Para 2020 a Polisport está a preparar um projecto que visa a venda directa através das plataformas online. Sem avançar pormenores, Paulo Rodrigues assegura que se trata de “um projecto estratégico dado o impacto significativo no nosso modelo de negócio, na cadeia de distribuição e no processo produtivo e logístico”. Um passo inevitável, como reconhece. “Temos tudo preparado para arrancar em 2020,” garante.

Desenvolvido em parceria com:

Relacionados