A LIPOR tem a sustentabilidade no seu ADN há 37 anos e continua a olhar para o futuro apostando na investigação, no desenvolvimento e na inovação.
A LIPOR, entidade responsável pela gestão, valorização e tratamento dos resíduos urbanos de oito municípios do Grande Porto (Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde) recolhe anualmente 500 toneladas de “lixo” que, após o tratamento, volta a ser reintroduzido na cadeia de valor como matéria-prima para a indústria. “A nossa taxa de reciclagem é superior a 20% mas queremos aumentar este número e para isso estamos a planear uma nova unidade com a qual vamos duplicar a capacidade de tratamento de resíduos orgânicos nos próximos anos”, explica Benedita Chaves, gestora da Unidade de Investigação, Desenvolvimento e Inovação desta associação nortenha, que empreende a gestão inovadora de recursos promovendo uma abordagem circular e a criação de valor partilhado.
“A nossa estratégia, mesmo nas unidades produtivas, recaiu sobre escolhas ambientais, mais do que económicas. Por exemplo, temos um sistema integrado de gestão de resíduos sólidos urbanos e só este facto é que nos permite ter opções mais sustentáveis em termos ambientais”, refere a responsável, dando como exemplo a central de valorização orgânica que produz a Nutrimais, uma solução agrícola que permite melhorar a qualidade dos solos e que é claramente uma opção de sustentabilidade ambiental.
I&D e inovação em crescimento
A LIPOR dispõe há três anos de uma unidade de investigação, desenvolvimento e inovação para gerir e promover de forma estruturada a inovação na organização, maximizando o valor criado, nomeadamente na obtenção de novos produtos. De acordo com a gestora desta unidade, a ideia é olhar de forma aprofundada para os variados materiais que chegam às instalações, identificar o seu potencial em termos de cadeia de valor e, a partir daí, criar novos produtos que possam ser reintroduzidos no mercado. O objectivo é promover uma economia circular efectiva através da qualidade porque, diz, “se não tivermos qualidade nos materiais não é possível a indústria voltar a usá-los. E quando falamos de materiais estamos a referir-nos aos resíduos que chegam cá e que se transformam em recursos. O que queremos é inverter a lógica de que estamos no fim da linha dos materiais que mais ninguém quer e ver de que forma podem ser reintroduzidos na cadeia de valor enquanto matéria-prima”.
No campo da I&D e inovação as áreas prioritárias de actuação da LIPOR passam pelo desenvolvimento de novos materiais pela valorização de escórias da central de incineração; pelos produtos naturais para a agricultura, com foco na qualidade e sustentabilidade; e pelos materiais puros, como polímeros e metais de elevado nível de qualidade que possam ser reintroduzidos na indústria, sempre na perspectiva da economia circular.
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