Ao longo das duas últimas décadas, houve um prémio que se afirmou como barómetro da vitalidade inovadora do tecido empresarial português. O Prémio PME Inovação COTEC-BPI celebra agora a sua 21.ª edição e, mais do que um galardão, tornou-se um espelho das empresas que moldam o futuro da economia nacional — com engenho, ambição e coragem.
Um prémio, cinco retratos de inovação
Nos últimos cinco anos, a BERD, a ebankIT, a AddVolt, a Mecalbi e a Fravizel juntaram os seus nomes a esta galeria de honra. À primeira vista, têm pouco em comum: operam em sectores tão diversos como a engenharia civil, o software bancário, a mobilidade eléctrica, a automação industrial ou a maquinaria para as pedreiras e a floresta.
Mas um olhar mais atento revela um fio condutor que atravessa todas: a capacidade de transformar conhecimento em impacto económico e social. Empresas que fazem da inovação o seu idioma natural — e da internacionalização, o seu horizonte quotidiano.
Juntas, estas cinco empresas apresentam uma intensidade de investimento em I&D de 9% do volume de negócios, um nível excepcional de aposta no futuro. Exportam 88% da sua produção, têm como despesa média com o factor trabalho mais de 35.000 euros anuais por colaborador, e cresceram a um ritmo impressionante de 36% ao ano nos últimos três anos, com uma robusta autonomia financeira de 50%.
O que significa ser uma PME inovadora?
A resposta, segundo o modelo de avaliação do prémio, vai muito além dos números. Ser uma PME inovadora é ter visão de futuro e capacidade de execução; é construir activos intangíveis — como tecnologia, marca ou talento — com valor real; é saber cooperar em ecossistemas de inovação, cruzando ciência, tecnologia e negócio; e é, acima de tudo, criar soluções novas para problemas reais, com impacto no mundo.
É isso que distingue os vencedores do Prémio PME Inovação: não são apenas empresas com bons resultados — são empresas que desafiam o seu sector, que redefinem padrões e que demonstram que, em Portugal, se pode inovar ao mais alto nível.
Mais do que um prémio, uma leitura estratégica da economia
Com base num modelo de análise exigente e multidimensional — que avalia desde a capacidade tecnológica à liderança visionária, da internacionalização à sustentabilidade — o Prémio PME Inovação tornou-se também um radar de transformação económica.
As empresas que por aqui passaram anteciparam transições: digital, verde, organizacional. Muitas eram praticamente desconhecidas antes de receberem o prémio; hoje são referências, com operações globais e impacto estrutural nos respectivos sectores — e, por essa via, no país.
Neste sentido, o prémio é também um instrumento de leitura estratégica: ajuda-nos a compreender onde estão os novos motores de crescimento, quais os sectores emergentes e que tipo de empresas Portugal está a gerar.
21 edições depois, continua a ser sobre futuro
Com a 21.ª edição já em marcha, o Prémio PME Inovação COTEC-BPI renova o seu propósito: identificar e reconhecer as empresas que não têm medo de arriscar, que criam valor com originalidade e rigor, e que tornam Portugal mais competitivo num mundo em mutação.
Porque inovar é mais do que uma vantagem — é a única forma de sobreviver e prosperar. E estas empresas não esperam pelo futuro: estão a construí-lo, todos os dias.
