Comunicado da COTEC Portugal sobre Infraestrutura 5G

Comunicado sobre a Infraestrutura 5G

A COTEC Portugal tem por finalidade, entre outras, a prioritização de políticas de inovação, para o que promove a antecipação e reflexão sobre temas-chave da inovação com impacto na competitividade das empresas, a ativação de plataformas e redes colaborativas e a contribuição para a melhoria de políticas públicas em matérias de inovação.

O 5G é e será nos próximos anos a tecnologia de suporte para um novo e disruptivo patamar de digitalização da sociedade portuguesa, e da sua economia e indústria em particular. Com efeito, a quarta revolução industrial («Indústria 4.0») assenta na digitalização, a qual depende, antes de mais, de infraestruturas de redes e de serviços 5G com qualidade, resiliência e que, cobrindo os principais polos estratégicos de produção e difusão de conhecimento, permitam a aplicação de tal tecnologia no chão-de-fábrica e nas restantes fases das cadeias de valor.

O relativo sucesso que Portugal tem alcançado no contexto europeu na atracção de investimento que procura um ecossistema tecnologicamente avançado, desde as redes de comunicações de elevado débito à formação especializada dos portugueses, não seria possível sem o massivo investimento, de milhares de milhões de euros, e ambição dos principais operadores de telecomunicações do país, responsáveis pelo sucesso das redes de fibra e de 3G e 4G. 

Neste contexto, a COTEC Portugal vê com preocupação as manifestações que têm vindo a público dos principais operadores de telecomunicações e de outras personalidades relativas à estruturação do leilão do 5G – cujas regras foram recentemente conhecidas – e às consequências que daí poderão advir para o investimento nas redes e serviços 5G.

A COTEC Portugal considera crítico que a introdução do 5G em Portugal seja feita num ambiente de segurança e estabilidade jurídicas que fomente o investimento, com regras aceites por todos os stakeholders do ecossistema, incluindo operadores de comunicações com projectos industriais sólidos e provas dadas, e fornecedores de sistemas e equipamentos com qualidade comprovada. Só assim Portugal poderá continuar na linha de frente nas infraestruturas tecnológicas e captar e manter investimento de alto valor acrescentado, assegurando as condições de inovação na sociedade, nos centros de ensino e investigação e no tecido empresarial português.

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