O desempenho do sistema de inovação nacional situa-se ao nível do que seria de esperar dado o nível de rendimento per capita.
Continuamos a ser ‘Inovadores Moderados’. Segundo o EIS, Portugal tem melhorado o funcionamento do seu sistema de Inovação nos últimos cinco anos, ocupando o 17º lugar no ranking UE27. Em 2022 o país recuperou dois lugares no ranking depois de uma queda inusitada no ano anterior. Em termos relativos, Portugal mantém-se no grupo dos “inovadores moderados”. Vantagens principais do sistema de inovação são a qualidade do sistema científico e os quadros altamente qualificados. A melhorar: o impacto comercial da inovação, e especialmente na exportação de produtos e serviços de média e alta tecnologia, o investimento das empresas na inovação, a colaboração em ecossistema e a protecção de propriedade intelectual.
Nem sempre gastar mais é sinónimo de gastar melhor. Não é evidente que os sistemas de inovação que investem mais recursos sejam aqueles que são os mais eficientes e por isso com melhor desempenho. O indicador sintético do EIS é calculado como uma média aritmética de indicadores e input e output, todos afectados com o mesmo peso. O desempenho de um país, e a posição no ranking europeu, é assim função directa do nível de recursos que são colocados à entrada do sistema de inovação.
Está o indicador sintético do EIS enviesado? Uma característica bizarra do indicador sintético do EIS é que o seu valor aumenta mesmo se o output de inovação resultante de um incremento de input for zero. Esta é uma forma pouco habitual de interpretar o significado de ‘desempenho’, argumenta uma equipa de investigadores no artigo publicado na revista Research Evaluation intitulado On the meaning of innovation performance: is the synthetic indicator of the Innovation Union Scoreboard flawed? (consulte aqui). Os investigadores demonstram que o ranking do desempenho dos Estados membros será radicalmente diferente se a perspectiva de eficiência for incorporada na elaboração do índice.
Portugal: eficiente e ao nível do esperado. O desempenho do sistema de inovação nacional situa-se ao nível do que seria de esperar dado o nível de rendimento per capita (medido em paridade de poder de compra), destaca o GII. Portugal produz mais outputs relacionados com a inovação relativamente ao respectivo nível de investimento e assim, segundo o GII, é considerado um ‘inovador eficiente’ (a expressão é nossa).
Este resultado vai ao encontro da posição que a COTEC tem vindo a defender que uma avaliação adequada do funcionamento do sistema de inovação deve ser feita numa perspectiva da eficiência, muito mais adequada ao apoio no desenho de intervenções de melhoria.